Tropeiros, caminhos e queijos no Planalto das Araucárias

Autores

  • Ulisses de Arruda Córdova Colégio Valmir Omarques Nunes
  • Ulisses Mateus Ramos Córdova EPAGRI
  • Andréia Pires dos Santos Tribunal de Justiça de Santa Catarina

Palavras-chave:

Tropeirismo, Caminhos das tropas, Queijo artesanal serrano, Planalto das Araucárias, Cristóvão Pereira de Abreu

Resumo

O artigo aborda duas atividades de grande relevância histórica e econômico-social nos campos do Planalto das Araucárias, que está localizado no Nordeste do RS e Centro-Sul de Santa Catarina. O tropeirismo e a produção de queijo artesanal serrano possuem diversas similaridades: tiveram início na mesmo época, os motivos da ocorrência são semelhantes, os atores possuem a mesma etnia, têm abrangência no mesmo território, criaram uma cultura própria, usavam o mesmo meio de transporte e um ser social único no Brasil, o serrano ou biriva. Mesmo sendo o queijo artesanal serrano um produto regional, enquanto o troperismo foi um ciclo de influência nacional. Enquanto o queijo artesanal serrano uniu regiões de planalto e litorâneas, o troperismo interligou as províncias do Sul as do centro do Brasil e deu forma definitivas aos estados meridionais. No compasso lento das tropas por mais de dois séculos ou no escambo do queijo artesanal serrano por mercadorias beira-mar, houve um contínuo contato com outros povos originando hábitos e costumes próprios, resultando numa sociedade forjada por um ambiente hostil devido às condições climáticas, pela tenaz e justa resistência dos povos originários, pretensões espanhola de ocupar terras mais ao norte da América do Sul e diversos movimentos armados. 

Referências

ARGENTON, Silmara. No badalar dos cincerros: léxico e representação da cultura tropeira na música regionalista gauchesca. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Letras, Cultura e Regionalidade, Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, 2015. 109 f.: il.

BLOG DA FAMÍLIA ARRUDA, 2024. Caminho do Viamão – O corredor das tropas. Disponível em: https://arrudafamilias.blogspot.com/2011/09/caminho-real-do-viamao-o-corredor-das.html. Acesso em: 08/03/2024.

BOLDRINI, I. L. Biodiversidade dos campos do Planalto das Araucárias / Ilsi Iob Boldrini, organizador. Brasília: MMA, 2009. 240 p.: il. color; 29cm (Série Biodiversidade, v. 30).

BRUM, Nilo. Bairros. Caminhos do Sul, Porto Alegre: Metrópole, 1999. 167p.

BUENO, B. P. S.; BARRETO, A. P; DIAS, G. S. Cultura material e práticas sociais no Caminho do Viamão: paisagens toponímicas, arqueologia do cotidiano das viagens, perfil e bagagem dos tropeiros (séculos XVIII e XIX). Anais do Museu Paulista, Nova Série, vol. 29, 2021, 187 p.

CÓRDOVA, U. de A et al. Queijo artesanal serrano: séculos de travessia de mares, serras e vales - A história nos campos da Serra Catarinense. Florianópolis, SC: Epagri, 2010. 43 p. (Documentos, 234).

CÓRDOVA, U. A. (Org.). O queijo artesanal serrano nos campos do Planalto das Araucárias catarinense. Epagri: Florianópolis, 2011. 122p. il.

CÓRDOVA, U. A. Caminhos do Sul. Correio Lageano/Suplemento Rural, Lages, 12/02/2002. p.4.

CÓRDOVA, U. A. Quem foi Cristóvão Pereira de Abreu? Correio Lageano/ Suplemento Rural, Lages, 21/11/2000. p.4.

CÓRDOVA, U. A.; SANTOS, A. P. Serranos, gente simples com campo nos olhos. Agropecuária Catarinense, Florianópolis, v. 36, n. 3, p. 5-6, 2023.

COSTA, Licurgo. O Continente das Lagens: sua história e influência no sertão da terra firme. / Licurgo Costa. -- 2. Ed. – Lages (SC): Graphel Gráfica e Editora Eireli, 2021. v. 1 (660p) : il.; 31,5 cm.

COSTA, Licurgo. O continente das Lagens; sua história e influência no sertão da terra firme. Florianópolis, Fundação Catarinense de Cultura, 1982. 4v., 1739 p. (Cultura Catarinense: história, 4v.)

DERENGOSKI, Paulo Ramos. Apresentação. IN: ALMEIDA et al. Caminho das Tropas: caminhos, pousos e passos em Santa Catarina. Lages/SC: Editora Uniplac, 2006. 106p.

LESSA, Barbosa. Rodeio dos ventos: um tal Cristóvão Pereira. Porto Alegre: Editora Globo, 1978. p. 30-35.

MARTORANO, Dante. Temas catarinenses. Florianópolis. Ed. UFSC/Ed. Lunardelli, 1982. 196 p. il.

MEDINA, Sinval. O cavaleiro da terra de ninguém: vida e tempos de Cristóvão Pereira de Abreu. São Paulo: prumo, 2012. 432p.

MORAES, A.; MARASCHIN, G. E. & NABINGER, C. Pastagens nos ecossistemas de clima tropical: pesquisas para o desenvolvimento sustentável. In: Simpósio sobre pastagens os ecossistemas brasileiros: pesquisa para o desenvolvimento sustentável, Brasília, DF, 1995. Anais... Brasília, DF, Sociedade Brasileira de Zootecnia, 1995. p. 147 - 200.

RIBEIRO, C. M. P. J.; POZENATO, J. C. Fronteiras sem divisas: aspectos históricos e culturais da Usina Hidrelétrica Barra Grande. Caxias do Sul, RS: Educs, 2005. 375p.: il; 21cm.

RIES, J. E. et al. Queijo Artesanal Serrano dos Campos de Cima da Serra, a primeira Denominação de Origem para queijos brasileiros. In: FERRONATO, E. M. O. Indicações Geográficas do Rio Grande do Sul registradas até março de 2021. Brasília: Ministério Agricultura, Pecuária e Abastecimento , 2022. p. 97-113. v. 1. ISBN 978-65-86803-65-5.

SANTOS, Silvio Coelho dos. Índios e brancos no Sul do Brasil. A dramática experiência dos Xoklengs. Florianópolis. 1973. 313p.

TIMM, Paulo. Cristóvão Pereira de Abreu (1678-1755) – ‘O Inventor do Rio Grande do Sul’. A Folha, Torres, 29/04/2019.

TRINDADE, Jaelson Bitran. “Roteiro de tropas”: o caminho do sul. SPHAN/FNPM. São Paulo, 1981. 13 p. (Mimeografado)

WEIZENMANN, Carlos Augusto. A movimentação tropeira na abertura e consolidação dos caminhos meridionais do Brasil. TCC (Monografia) - Graduação do Curso de História, Universidade do Vale do Taquari – Univates, Lageado, 2020. 60p.

Downloads

Publicado

2024-12-26

Edição

Seção

Artigos Completos